Fórum Sindical questiona Samae de São Bento do Sul

O Forum Sindical que representa dez sindicatos de trabalhadores da região esteve reunido na manhã desta segunda-feira, 23, com o Diretor do Samae de São Bento do Sul, Osvalcir Peters, realizando alguns questionamentos levantados pelos trabalhadores das bases, principalmente quanto às novas cobranças de taxa de esgoto.

A Secretária do Forum e presidente do Sindicato dos Servidores de São Bento do Sul, Adriana Zanella, destacou a importância dos questionamentos levantados pelos sindicatos, uma vez que representam mais de 40 mil trabalhadores.

Um dos questionamentos era em relação as obras de esgoto na área central. O diretor do Samae contou que houve reclamações por parte dos motoristas e comerciantes que dizem estar tendo prejuízos em virtude das obras. “Eles perguntam por que o Samae não realiza as obras a noite. Mas em apenas um dos dias que acabamos trabalhando até às 21 horas recebemos inúmeras reclamações dos moradores. Para o comerciante que não mora centro é melhor que as obras sejam realizadas no período noturno, mas para quem é morador o barulho a noite é insuportável e não deixaria ninguém dormir”, exemplificou.

Atualmente a rede de esgoto efetiva no município representa apenas 19% dos 26.045 ramais de água. Nos locais em que há a rede e o imóvel fica acima do nível da tubulação, após a notificação o morador tem 60 dias para realizar a ligação. A partir destes dois meses inicia a cobrança de esgoto, e caso o morador não realize o procedimento no prazo, a vigilância sanitária é acionada e pode até aplicar multas pelo descumprimento.

Segundo Peters, a cobrança do esgoto de 80% do valor do consumo de água é baseada em estudos, que demonstram uma média de produção de 80 litros de esgoto a cada 100 litros de água consumidos.

Os sindicalistas questionaram sobre as moradias que ficam abaixo no nível da tubulação da rua e foram informados que estes moradores precisarão providenciar uma mini estação de elevação, com um depósito de esgoto dentro do terreno, além de uma bomba para jogar os dejetos na tubulação municipal.

O Forum Sindical questionou o diretor do Samae sobre quem vai arcar com as despesas estipuladas em cerca de R$ 3 mil reais dessa mini elevação. “Essa não é uma conta justa para o trabalhador. Ele já vai ter que arcar com mais 80% da taxa de esgoto, aumento na sua conta de luz devido a bomba, e como vai bancar uma instalação de R$ 3 mil reais, se recebe um salário de mil reais por mês?” perguntou o coordenador do Forum, Aroldo Schroeder. A diretoria do Samae disse que está em estudo uma maneira da autarquia participar, talvez com algum subsídio, mas tudo vai depender do orçamento público.

Orientação

Os sindicatos obtiveram por fim, uma resposta quanto as orientações de como realizar o procedimento das ligações de esgoto. O Samae dispõe de um setor específico com suporte técnico de orientação, por exemplo, quando o morador precisar cortar a calçada de casa.

Aroldo Schroeder avalia que o esgoto traz qualidade de vida e principalmente mais saúde para a população, mas que tudo isso tem um custo. “O problema é que o trabalhador já tem tantas contas para pagar, aumentos de tarifas, descontos em folha, farmácia, saúde e educação, e novas taxas como a de esgoto são prejudiciais ao bolso dos trabalhadores”, finaliza.